Na grande busca por ser diferente vejo profissionais adicionando cada vez mais firulas. Fazendo fotos em locações cada vez mais diferentes, fazendo edições mais e mais “ousadas” e levando um caminhão de coisas para o ensaio.
Essa busca pelo ousado e esteticamente diferente pode esconder o que é a essência da foto: a história que ela conta e a linguagem de quem está fotografando.
Sim, são fotos pessoais e o importante mesmo é que a cliente esteja satisfeita com o registro. Mas acho que podemos pensar um pouco na linguagem fotográfica mesmo neste caso.
Grávida não é só barriga
Retratos contam histórias de pessoas. E a fotografia da gestação não precisa ter o foco somente na barriga, pois a história não diz respeito apenas a barriga. Diz respeito a uma pessoa e a futura criança. Focar seus esforços somente em mostrar e evidenciar uma barriga é considerar a mãe somente como a portadora da barriga.
Não precisa ficar fazendo carinho na barriga o tempo todo, não precisa mostrar a barriga em todas as fotos. Não é nem necessário esperar que a barriga fique grande pra fotografar.
Aquelas fotos vão registrar o momento da gravidez, o momento de mudança. A barriga é um símbolo importante deste momento, mas é só uma parte dele.
Produções envelhecem rápido
A quantidade de modinhas que você segue no ensaio é diretamente proporcional à breguice da foto. É só esperar o suficiente.
Sim, uma foto toda vintage pode impressionar seus colegas de Facebook hoje. Mas logo isso será tão brega quanto outras modas passageiras (como a foto em sépia com o sapatinho colorido ou a guirlanda de flores enrolada na mulher nas fotos de estúdio.)